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Indícios de queda proposital em chamadas pela TIM


Relatório preliminar da Anatel mostra que a operadora apresentou número de quedas superior à meta A TIM vive um dos piores momentos de sua história no Ceará (e também no restante do País) em termos de credibilidade perante seus clientes e sociedade em geral. Como se não bastassem as idas e vindas em proibições e liberações na comercialização de linhas, a operadora levou mais um duro golpe, ontem. É que o índice médio de desligamentos no plano de maior adesão da companhia, o TIM Infinity, é de 35,23% - quatro vezes maior do que a média fora do plano. No Nordeste, esse indicador é 4,5 vezes mais alto, sendo os cearenses os mais prejudicados com o problema. Como se isso já não fosse ruim, há indícios de que as "derrubadas" das chamadas fossem propositais. informação está em procedimento administrativo disponibilizado no site oficial da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e foi divulgada, ontem, pelo jornal Folha de São Paulo. O documento, fruto de uma demanda solicitada pelo Ministério Público Federal de Pernambuco, identificou que as "quedas" de ligações do plano de maior adesão da empresa, o TIM Infinity, são superiores à quantidade média nacional. Mais consumo Um dos objetivos do relatório foi identificar se as interrupções de chamadas do Infinity poderiam ter sido provocadas de forma deliberada pela própria operadora com o fim de gerar mais chamadas, e, por conseguinte, mais consumo e lucro. A cobrança do TIM Infinity não é feita por minutos gastos, sim por quantidade de chamadas realizadas. No documento, a TIM explica que o problema seria causado por fatores externos. Agência analisa motivos O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, confirmou a existência dos indícios de que a TIM estaria com índices de queda de chamadas superior à meta estipulada pela agência, contudo, foi mais prudente antes de apontar a companhia como causadora das "quedas". Segundo ele, até o momento, isso pode ser afirmado. "Isso pode acontecer por vários motivos, como congestionamento de rota e outros problemas de infraestrutura. Agora que estamos vendo exatamente como foi isso. Esse indício precisa ser averiguado", considerou. "Eu preciso saber se realmente aconteceu. Não temos posição se ocorreu determinada conduta ainda", completou. "O que verificamos foi nos planos gerais da TIM. Esse quadro apurado pela Anatel é nacional e o documento foi encaminhado ao Ministério Público e faz parte de um levantamento que começamos em 2010, com o lançamento do plano Infinity". A empresa terá o direito à defesa. O presidente da Anatel, João Rezende disse que o processo administrativo sobre a TIM é preliminar, está em fase de instrução, e ainda é preciso ouvir representantes da empresa para chegar a uma conclusão. "Esse relatório foi pedido pela própria agência para analisar quais as reais causas das quedas de chamadas", disse. Outras empresas de telefonia, afirmou, estão sendo fiscalizadas por conta de queda de chamadas. Mas só a TIM, até agora, é alvo de processo na agência para apurar a possibilidade de descumprimento de regulamentação do setor. A Anatel divulgou uma nota oficial de esclarecimento. Nela, reforça "que o relatório de fiscalização mencionado pela reportagem (da Folha) integra procedimento administrativo para averiguar descumprimento de obrigações que se encontra em fase de instrução. Somente após a regular tramitação do processo, com direito ao contraditório e à ampla defesa da prestadora, a Agência irá deliberar sobre o assunto e adotará as providências legais e regulamentares cabíveis". Ação judicial Na última segunda-feira, o Ministério Público do Paraná entrou na Justiça com um pedido de condenação da TIM pelos prejuízos causados aos usuários desde o lançamento do Infinity. O MP paranaense quer a suspensão das vendas de linhas da operadora e a devolução em dobro dos valores cobrados indevidamente até agosto deste ano. OPINIÃO DO ESPECIALISTA "Merece postura exemplar das autoridades" HÉRCULES DO AMARAL Pres. Comissão Nac. de Def. do Consumidor OAB É uma denúncia gravíssima. Uma constatação triste que merece uma postura exemplar da Anatel e das autoridades. Isso pode ser enquadrado em uma série de implicações, como crime contra a economia popular, relação de consumo, prática abusiva e até implicações da ordem do Direito Criminal. Caso sejam evidenciadas, devem ser exemplarmente punidas para que não voltem a ser adotadas pelas empresas. A omissão do órgão regulador tem feito os consumidores amargarem grandes prejuízos. Precisa o Ministério Público ou a OAB agir, em segundo momento, denunciando, quando, na verdade, a Anatel deveria, em um primeiro momento, agir preventivamente para evitar esse tipo de ocorrência. É um fenômeno no mundo econômico chamado "Captura" que ocorre aí. Onde a agência é ludibriada ou envolvida pelas empresas que deveriam ser fiscalizadas por ela. A Anatel está falhando feio. ILO SANTIAGO JR. REPÓRTER Dados repercutem nas redes sociais Com piadas, trocadilhos ou palavras que demonstravam indignação, milhares de brasileiros se manifestaram ontem, nas redes sociais, sobre a conclusão do relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontando indícios de que a operadora TIM interromperia de propósito chamadas feitas por clientes do plano Infinity, através do qual é cobrado um valor fixo por cada ligação feita. Ainda na manhã de ontem, quando se tornou público o relatório, o assunto ficou entre os dez temas mais comentados no Twitter entre os usuários brasileiros. Até a noite, diversos clientes fizeram relatos sobre quedas de ligações, falta de sinal e outras falhas ligadas à qualidade do serviço oferecido. Sem muita surpresa Os indícios apontados pelo documento da agência reguladora pareceu não surpreender muitos dos usuários, que afirmaram já ter reclamações antigas contra a operadora. Há cerca de quatro anos cliente da TIM e do plano Infinity, o engenheiro Adriano Gonçalves afirma que a queda de ligações é apenas um dos inconvenientes ligados ao serviço da operadora. Segundo ele, as falhas se tornaram mais frequentes há cerca de um ano e meio, quando a operadora também passou a oferecer um leque mais amplo de promoções e conquistar um número maior de clientes no Estado. Para o engenheiro, devido à frequência com que ocorriam as quedas nas ligações, não é difícil acreditar que esse tipo de falha ocorria devido a uma ação proposital por parte da operadora. Poucas opções Ele destaca, contudo, que não chegou a tentar mudar de operadora devido a relatos que ouvia, dos clientes de outras empresas, sobre falhas semelhantes no serviço de telefonia móvel. Agência promete fiscalizar mais Brasília. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, informou ontem que a agência irá medir atentamente, a partir de novembro deste ano, a qualidade da banda larga, fixa e móvel, no País. Segundo Rezende, serão instalados 12 mil equipamentos para aferir, por exemplo, a velocidade e a estabilidade do serviço prestado. "Vamos fazer esse acompanhamento para detectar quais são os problemas na internet, principalmente nesses pacotes que são vendidos ao consumidor", disse, sem dar mais detalhes sobre a medida. Telefonia móvel O presidente da agência participa de uma audiência na Câmara dos Deputados para esclarecer a medida da agência que suspendeu por 11 dias as vendas de três das maiores operadoras de telefonia móvel no País - TIM, Claro e OI. De acordo com Rezende, a decisão foi tomada porque a aplicação de multa "seria um processo lento dentro da agência". Ele salientou que a situação da telefonia móvel precisava de uma "medida rápida e a agência tinha de dar uma resposta ao usuário, que também estava preocupado com serviço". Ele defendeu, mais uma vez, que a Anatel irá fazer um "pente fino" no acompanhamento da qualidade das operadoras e que não descarta novas suspensões. João Rezende ainda acompanha discussão dos parlamentares sobre a qualidade dos serviços prestados aos usuários da empresa Nextel. O representante da empresa admitiu que o primeiro trimestre foi desafiador para a companhia, que começou a implantação de internet na rede 3G, que motivou ajustes em todos os sistemas da empresa. Monitoramento 12 mil equipamentos para aferir dados como a velocidade e a estabilidade do serviço de banda larga, fixa e móvel, serão instalados pela agência

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