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No Ceará, paralisaram as atividades 63% das agências. Em todo o País, 8.527 aderiram ao movimento grevista Com a disponibilização pelos bancos dos serviços de autoatendimento no período da greve dos bancários, o cliente não pode ter a entrada barrada pelo movimento. As operações dos caixas eletrônicos ficam sob responsabilidade das agências que garantem acesso liberado. "No pressuposto de que o banco decidiu deixar o espaço aberto, a justa resistência da passagem do consumidor é coação ilegal e deve ser comunicado à autoridade policial. Se ele for impedido é algo grave, caso de polícia", afirma Hércules Amaral, presidente da Comissão Nacional de Defesa do Consumidor, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No terceiro dia de paralisação dos bancos, manifestantes da greve dos Correios se uniram com bancários na Praça do Ferreira, no Centro FOTO: ALCIDES FREIRE No terceiro dia de greve dos bancários, 88% das agências de Fortaleza aderiram à greve. São 191 estabelecimentos paralisados de 217. No Estado, 305 pararam, de 484, representando 63% - segundo levantamento do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE). São 8.527 agências fechadas no Brasil. "Os bancos vão se surpreender com a greve. Acredito que não vá ser solucionada nesta semana e nem na próxima se não tiver negociação", afirmou Carlos Eduardo bezerra, presidente do Seeb-CE. Sobre os pagamentos, Hércules ressalta que deve ser preservado o princípio de boa fé tanto do fornecedor quanto do consumidor. "Só é reconhecida quando a situação exige exclusividade de pagamento na agência bancária. Se há alternativa, tem que se esforçar e se planejar com antecedência para cumprir. As transações pela internet e pelos correspondentes são uma realidade", ressaltou. OAB quer pensões pagas Por conta do movimento, o Poder Judiciário tem tido o atendimento prejudicado. Apenas 40% das operações das agências que atendem às demandas judiciais, dentro de fóruns, permanecem funcionando, segundo Valdetário Monteiro, presidente da OAB, seccional Ceará. Segundo ele, todos os dias são emitidos alvarás judiciais que dependem de pagamentos, envolvendo pensão alimentícia, parcelas trabalhistas, FGTS. "A advocacia tem tido dificuldade de receber as partes. Isso traz uma dificuldade maior pela quantidade de alvarás", afirma. Solução Para que o problema seja resolvido, foi enviado ofício aos bancos públicos - Banco do Nordeste do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil - e ao Sindicato dos Bancários do Ceará. "Nosso pedido aos bancos públicos que operam com o judiciário é no intuito das agências que prestam serviço continuem de forma perene e ininterrupta", disse. O presidente do Seeb-CE, Carlos Eduardo Bezerra, afirmou que ainda não foi comunicado sobre o assunto pela OAB. "Toda iniciativa em qualquer sentido social, que também nos leve para uma negociação com os bancos, considero importante", destacou. O único serviço bancário que está sendo garantido, segundo o presidente, é a compensação de cheques. Manifestação Na tarde de ontem, reuniram-se em manifestação conjunta na Praça do Ferreira, no Centro, integrantes das greve dos Correios e dos bancários. Segundo Carlos Eduardo, o objetivo é fortalecer as duas categorias. Hoje, o presidente irá se reunir com representantes de outros sindicatos em São Paulo, em reunião do Comando Nacional dos Bancários. Em comunicado no último dia 18, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) afirmou "que confia no diálogo, porque somente a aproximação das expectativas na mesa de negociações permite alcançar os entendimentos necessários ao fechamento do acordo e renovação da convenção coletiva de trabalho entre bancos e bancários".